sábado, 31 de dezembro de 2011

Inside

Havia um livro, especificamente, um diário. Ela lia em sua mente essas palavras dolorosas que havia escrito em em seus raros momentos de sanidade total. Parecia doer, só que doía de uma forma estranha, que a consumia.
Então, tomou a coragem que tantos anos de felicidade lhe haviam dado e leu em voz alta:
- Estava em um campo, um belo campo com a grama verde brilhante. E haviam pessoas, todo o tipo de pessoas. Algumas com a aparência cansada, desgastada pela idade. Mas pareciam ser todos tão novos.
Eu os observava. Minha respiração parecia mais fraca até que desmaie. E quando acordei estava no enterro da minha mãe. Ela não parecia morta. Eu não queria que ela estivesse assim. Mas algo injusto tirou a vida que a restava. Eu falava com as pessoas que haviam em minha volta; todos estavam tristes afinal era um enterro.
As pessoas falavam comigo, e eu as respondia. Mas eu não ouvia minha voz. Ardia toda vez que eu tentava dizer algo para mim mesma. E minhas tentativas frustadas de me ouvir estavam me desgastando cada vez mais.
De repente o enterro virou passado. E em uma fração de segundo estava em uma sala que costumava passar muito tempo. Parecia ser Natal. Mas eu não me sentia; não me via e nem me ouvia. E isso machucava toda vez que tentava dizer algo para mim mesma. Havia um homem, de uma aparência que me dava medo. Ele olhava para mim e ria com desgosto. Dizia em seu olhar '' novamente você está ai, sem fazer nada, nem tenta mudar pois não es capaz de mudar nem a si mesma. ''.
Eu gritava em silencio.
Gritava socorro, mas eu não me ouvia.
Gritava com a falsa esperança de que alguém me achasse. Que alguém me tirasse de lá.
E de repente a imagem se foi na minha cabeça, era tudo minha imaginação.
Fechei o diário. Estava chorando e sentia que alguém olhava para mim. Sentia que aquele homem ia me perseguir. Sentia minha voz fraca e minha garganta dolorida. 
'' Era só um sonho ''. Ou parecia ser. Eu não sei mais. Mas quando abri meus olhos parecia que tudo veio a tona e me tirou de lá. Me levou para a realidade. E quando eu abri meus olhos para a realidade, vi que isso aconteceu; mas apenas na minha mente. Dentro de mim.
E eu não devo ter ódio de algo que esta dentro de mim. Por mais que eu tente controlar isso, para que isso pare. Isso é apenas minha mente. O que me machuca é o que esta por dentro. E isso, bem, isso eu não posso mudar.

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